Aneurismas Intracranianos

Os aneurismas intracranianos são classificados em três tipos:

A) ANEURISMAS SACULARES

B) ANEURISMAS FUSIFORMES

C) ANEURISMAS DISSECANTES


ANEURISMAS CEREBRAIS SACULARES

É o grupo mais comum, correspondem a protusões ou dilatações arredondadas ou lobuladas que se originam usualmente nas bifurcações arteriais. Ocasionalmente eles se originam diretamente da parede lateral de uma artéria cerebral que não se bifurca. O aneurisma pode ter uma abertura pequena ou ampla chamada de colo. Na estrutura microscópica de um aneurisma estão ausentes a lâmina elástica interna e a camada muscular.

INCIDÊNCIA

  • 1% na população geral;
  • 20 a 33% dos casos de aneurismas podem ter mais de um.

CAUSAS

Não há evidência que sugira que os aneurismas são congênitos. A maioria dos aneurismas saculares são lesões adquiridas, formando-se em consequência de estresse hemodinâmico e de alterações degenerativas adquiridas no interior da parede arterial.

  • Algumas doenças hereditárias ou fatores podem favorecer o aparecimento dos aneurismas:
  • Aneurismas intracranianos familiares: a doença tende a repetir-se entre pelo menos dois parentes de primeiro grau na mesma família;
  • Doenças Hereditárias: vários distúrbios hereditários do tecido conjuntivo. Os mais importantes são a síndrome de Ehlers-Danlos tipo IV, a síndrome de Marfan, a neurofibromatose tipo I e a doença policística renal autossômica dominante;
  • Hipertensão arterial;
  • Dislipidemias: alterações do colesterol e triglicerídeos no sangue;
  • Diabetes mellitus: alteração no metabolismo da glicose;
  • Tabagismo.

LOCALIZAÇÕES

A localização comum dos aneurismas saculares cerebrais é nas artérias da base do cérebro, às quais formam o polígono de Willis. Aproximadamente 90% dos aneurismas localizam-se na circulação anterior (Carótida), enquanto 10% ocorrem na circulação posterior (Vertebro-basilar). Os aneurismas cerebrais distribuem-se em relação às artérias específicas da seguinte maneira:

  • 30 a 35% na artéria comunicante anterior;
  • 30 a 35% na junção entre a artéria carótida interna e a artéria comunicante posterior;
  • 20% na artéria cerebral média;
  • 5% na bifurcação da artéria basilar e outras artérias que compõem a circulação posterior.

CONSIDERAÇ̧ÕES CLÍNICAS

Os aneurismas são tipicamente lesões de adultos. O pico de apresentação está entre os 40 e 60 anos de idade.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

A manifestação clínica mais comum de um aneurisma intracraniano que rompeu é a Hemorragia Subaracnóide (HSA), isto é, o tipo de sangramento cerebral decorrente de uma ruptura de aneurisma. Por sua vez, a cefaleia (Dor de cabeça) é o sintoma mais comum de um aneurisma cerebral, ocorrendo em 85 a 95% dos pacientes.

Os sintomas menos comuns são ataque isquêmico transitório, convulsões, sintomas de efeito de massa e comprometimento de nervos intracranianos.

RISCO DE RUPTURA

  • 1 a 2 % ao ano, cumulativo;
  • 20% em 10 anos;
  • 35% em 15 anos;
  • 6,8% por ano para aneurismas múltiplos (mais de um).

O tamanho se relaciona com o risco de ruptura:

  • 1% ao ano nas lesões de 6mm ou menores.
  • 2.5% ao ano nas lesões com 7mm ou maiores, inclusive os aneurismas gigantes (mais de 2.5cm).

Os aneurismas multilobulados, irregulares, têm provavelmente maior tendência à ruptura.

DIAGNÓSTICO

Aneurisma não-roto: Angiorressonância magnética (ARM) e Angiotomografia computadorizada (ATC) Aneurisma roto: tomografia do crânio seguida por uma angiografia com cateter é a melhor opção de diagnóstico e planejamento terapêutico no paciente com possível hemorragia cerebral causada por um aneurisma. A angiografia com cateter permanece o “padrão-ouro” com a qual as outras modalidades de diagnóstico são comparadas.

PROGNÓSTICO

O prognóstico para um paciente com aneurisma cerebral depende da extensão e da posição do aneurisma, da idade da paciente, da saúde geral e da condição neurológica que se segue á uma hemorragia subaracnóidea. Alguns indivíduos com um aneurisma cerebral morrem do sangramento inicial, outros, no entanto, recuperam-se com quase nenhum déficit neurológico.